====== Estafeta ====== A ideia do cordel estafeta é inspirada nas cyphers da cultura hip-hop. Basicamente é uma poesia feita por vários participantes, cada um responsável por um “bloco” dentro dessa poesia. Regras: * Cada cordelista pode definir a métrica dos seus versos à vontade, independente da escolha dos outros cordelistas participantes (pode inclusive não ter preocupação com métrica, se preferir assim). * Cada parte precisa ter até 50 versos, concluindo com o bastão. * Bastão é parecido com o conceito de mote. Ao invés de aparecer no final de cada estrofe, o bastão aparece apenas no final do bloco do cordelista, indicando que o próximo verso da poesia já é de autoria de outro poeta. * O bastão pode ser uma expressão curta (de umas 4 ou 5 sílabas poéticas) ou, como um mote, ser composto por um 1 ou 2 versos de sete sílabas poéticas. * Se o poeta escolheu uma métrica maior do que a do bastão, ele pode colocar palavras antes de cada verso do bastão, de modo a encaixar na sua métrica. Vamos aos exemplos: ===== Exemplo 1 ===== Bastão: **Osso do Pescoço** Estrutura: setilhas de redondilhas maiores. Como poderia terminar: > Tem gente que é como peito > Desce sem qualquer esforço > Cada um é diferente > Pois digo logo seu moço > Você pode não gostar > Mas eu vou me apresentar > Como **osso do pescoço** (e já começa a parte de outro colega) ===== Exemplo 2 ===== Bastão: > **Falar que sabe de tudo** > **É propaganda enganosa** Um fazendo em sextilhas de 7 e outro em quadras de 10: Poeta 1: > Assim é quem tem vaidade > O diabo é cor de rosa > É preciso todo mundo > Ter conduta estudiosa > Eu mesmo sempre eu estudo > **Falar que sabe de tudo** > **É propaganda enganosa** Poeta 2: > Conheci um sujeito lá na praia > Pendurado na cana todo dia > Se achando bem mais pelo diploma > Da Faculdade de Agronomia > … > Foi assim que o orgulhoso lá da praia > Terminou dessa forma horrorosa > Pode crer: **falar que sabe de tudo** > Meu senhor, **é propaganda enganosa**